Guru: um capeta em forma de guri

Banana ou pão com ovo, faça chuva ou sol, você abre o hotmail (claro, eu não inscreveria isso no meu Gmail nem fodendo) e lá vem um alerta de trânsito astrológico do personare do tamanho do mundo. Coisa mais comum e overrated. Sabe Deus lá porque, resolvo ler a bronca que não direi em detalhes:
"A tendência é que ocorram brigas e conflitos por motivos absolutamente fúteis, discussões com pessoas queridas por questões que não exigiriam tamanho exagero, e até mesmo uma tendência a fazer gastos tolos e excessivos, comprando futilidades. Obviamente, a idéia aqui é a de que você possa transformar este período, tomando consciência dele antes. Sabendo que existem estas tendências, elas não precisam ocorrer, mas você precisará ter uma atenção redobrada no que diz respeito a esta predisposição a conflitos por razões tolas. No final das contas, é tudo uma questão de você ter o máximo de atenção e evitar dizer e fazer bobagens neste período, Tássia."
Passada, fico tentando me lembrar se por algum motivo no cadastro preenchi informações secretas disfarçadas no slogan: "A Evolução pelo Conhecimento" . Aí vem a consciencia. Ok, eu sei que estou fazendo merda esses dias, de forma bizarra o site tem razão. E praticamente em segundos crio uma teoria conspiratória para os personares.
Resolvo não abrir mais.

Isso me lembra a estória de botar as três danadas moedas no peito. I-Ching. Sempre um hexagrama que diz tudo o que você quer ouvir, quase uma epopéia otimista. Possuo um exemplar e tenho amigas que me julgam a própria vidente, apenas perdendo para Irmã Marlene, Maria Durval e João Bidu. Mas eu não sei ler I Ching, essa é a verdade. Não obtive a sabedoria dos grandes monges. Quem dera.

Difícil hoje acreditar nessas auto-ajudas astrais pirateadas. Já tive tempos muito dourados, de curtir loucamente, acender incenso, ter umas revelações foda. Tudo batia direitinho, e quem sabe, eu era mais "energizada". Agora hoje em dia, uma amiga mesmo, toda cartomante que vai manda matar uma galinha. Muda de problemas, e lá está a velha da vez insistindo: mate uma galinha... mate um coração..
Recorrer ao futuro próximo quando o presente é incerto, ébrio por problemas e cheio de visões castradas? Não repito.

Sou mais prever o amanhã pra daqui há mil anos. Se pelo menos eu não acertar, a catástrofe não é pra agora e continuarei vivendo o presente de quem pré-sente e só deixa o tempo passar.
Quero um Nostradamus de pelúcia para mim. Êta caba-bom.